quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Quem conta um conto, aumenta um ponto.




Um amor de passatempo


Desde criança, Tomás sempre andou de metrô.

Hoje, Tomás tem 15 anos e continua andando nos trilhos. Como a viagem é longa e sempre no mesmo horário, ele costuma ver sempre as mesmas pessoas. Mas um dia viu uma garota diferente…

Como a viagem até sua casa era longa, acostumava reparar em cada pessoa: o jeito, o estilo... E justo nesse dia viu uma menina nova, que nunca tinha visto, e começou a reparar-la. E reparou que ela era bonita, estava lendo e carregava uma bolsa com livros que pareciam ser de música.

Dias se passaram e a menina continuava do mesmo jeito. Até que Tomás percebeu que estava apaixonado pela moça sem nem mesmo conhecê-la. Então lhe deu um apelido de Julieta, porque a moça sempre lia Sheakspeare.

Depois, aquela paixonite se transformou em amor, um amor de passatempo. Afinal Tomás ficava a viagem inteira tentando conversar com Julieta, mas não conseguia. Ele até decorou a estação em que ela descia!

Um dia, Tomás mal podia esperar para ir para casa porque era “agora ou nunca”: falaria com ela e pediria seu e-mail ou telefone.

Mas… Julieta não apareceu, e Tomás sentiu que a viagem demorou muito mais que nos outros dias. Demorou muito tempo...

Quando Tomás desceu em sua estação, viu enormes pôsteres afixados em quase todas as paredes. Viu enormes cartazes espalhados pela rua, e ficou muito surpreso ao ver a foto de sua querida Julieta segurando um grande violoncelo.

Tomás mal podia acreditar que Julieta se chamava Marieta Schumann, que era violoncelista e que estaria fazendo concertos ao redor do mundo. Mas também ficou muito decepcionado porque nunca mais veria sua Julieta. Afinal, ela era uma estrela.

O tempo passou e, nisso tudo, uma coisa aconteceu: Tomás se encantou pela música e agora estuda piano.

Por Ana Melissa, 9º Ano, Turma 82.

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Mohamed, um menino afegão.

Pressupostos e Subentendidos.

A utopia da igualdade

GUILHERME DETTMER DRAGO/ Advogado


Discorrer sobre igualdade no Brasil é realizar um discurso no plano da utopia, discurso esse totalmente desvencilhado de qualquer caráter pragmático.

Aliás, se trouxermos essa discussão para o plano da pragmaticidade, verificaremos, de plano, que não existe igualdade entre as pessoas.

Um dos pilares-mestres de nossa Constituição Federal é exatamente o Princípio da Igualdade, princípio esse previsto expressamente na norma do Artigo 5, que estabelece que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

Evidentemente que o romantismo de nossa Constituição não é aplicado no campo das relações sociais que se sucedem no nosso dia-a-dia.

Acabamos por buscar uma igualdade totalmente virtual, desprovida de uma base sólida que a sustente. A igualdade é discurso, e não prática!

Nós, ferrenhos defensores dos direitos humanos, que somos bombardeados por opiniões calcadas em nome da igualdade entre todos, somos incapazes de enxergar o outro como um "igual". Não raras vezes, vimos no outro um "desigual" e, por não sabermos lidar com a diferença, excluímos esse "desigual".

A exclusão pela desigualdade social pressupõe o não-reconhecimento do outro como um sujeito, mas como um marginalizado incapaz de igualar-nos.

Em nome da igualdade, dão-se direitos iguais para os "desiguais", mesmo sabendo que jamais poderão exercê-los.

Como falar em igualdade em uma sociedade totalmente estratificada como a brasileira? Como falar em igualdade em uma sociedade totalmente hierarquizada, que sequer é capaz de dar condições de caráter primário para que os cidadãos que dela fazem parte se tornem "iguais" entre si?

Sem dúvida, a solução para esse problema não encontrará em discursos ou escritos uma solução final. Mais uma vez estamos discorrendo sobre problemas culturais, que talvez sejam superados nas próximas gerações.