Um amor de passatempo
Desde criança, Tomás sempre andou de metrô.
Hoje, Tomás tem 15 anos e continua andando nos trilhos. Como a viagem é longa e sempre no mesmo horário, ele costuma ver sempre as mesmas pessoas. Mas um dia viu uma garota diferente…
Como a viagem até sua casa era longa, acostumava reparar em cada pessoa: o jeito, o estilo... E justo nesse dia viu uma menina nova, que nunca tinha visto, e começou a reparar-la. E reparou que ela era bonita, estava lendo e carregava uma bolsa com livros que pareciam ser de música.
Dias se passaram e a menina continuava do mesmo jeito. Até que Tomás percebeu que estava apaixonado pela moça sem nem mesmo conhecê-la. Então lhe deu um apelido de Julieta, porque a moça sempre lia Sheakspeare.
Depois, aquela paixonite se transformou em amor, um amor de passatempo. Afinal Tomás ficava a viagem inteira tentando conversar com Julieta, mas não conseguia. Ele até decorou a estação em que ela descia!
Um dia, Tomás mal podia esperar para ir para casa porque era “agora ou nunca”: falaria com ela e pediria seu e-mail ou telefone.
Mas… Julieta não apareceu, e Tomás sentiu que a viagem demorou muito mais que nos outros dias. Demorou muito tempo...
Quando Tomás desceu em sua estação, viu enormes pôsteres afixados em quase todas as paredes. Viu enormes cartazes espalhados pela rua, e ficou muito surpreso ao ver a foto de sua querida Julieta segurando um grande violoncelo.
Tomás mal podia acreditar que Julieta se chamava Marieta Schumann, que era violoncelista e que estaria fazendo concertos ao redor do mundo. Mas também ficou muito decepcionado porque nunca mais veria sua Julieta. Afinal, ela era uma estrela.
O tempo passou e, nisso tudo, uma coisa aconteceu: Tomás se encantou pela música e agora estuda piano.
Por Ana Melissa, 9º Ano, Turma 82.